Pandemia déjà-vu

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Pandemia déjà-vu

Foto idílica de um belo cavalo castanho no Instagram da Food and Drug Administration dos Estado Unidos, alertou o público americano em agosto deste ano sobre o uso da Ivermectina, com uma mensagem contundente: “Você não é um cavalo. Pare com a #Ivemectina. Ela não é aprovada para tratamento da #COVID”. Advertência na esteira de inúmeros pronunciamentos sobre uso do antiparasítico em humanos por políticos direitistas, youtubers, influenciadores digitais, como também por médicos do mesmo matiz ideológico, atestando sua eficácia no tratamento da Covid-19, apesar da falta de evidência cientifica crível sobre os benefícios de usá-la “off-label”.

Surgiu recentemente uma nova onda de interesse em Ivermectina, turbinada em grande parte pela alta transmissibilidade da variante Delta. Autoridades sanitárias americanas soaram um alerta ao constatar o aumento de receitas do antiparasítico e automedicação com doses apropriadas para grandes animais, causando aumento de encaminhamentos aos centros de controle de envenenamento do País. Para especialistas, a Ivemectina está provocando sentimentos de pandemia déjà-vu, em detrimento a esforços de combater a doença com imunizantes de comprovada eficácia e segurança.

“Nos já tivemos o exemplo triste de hidrocloroquina, que é usada em malária e que claramente não mostrou nenhum resultado positivo”, declarou Dr. Sunil Parikh, professor associado de epidemiologia e doença infecciosas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale. Referência direta a droga promovida pelo ex-presidente Donald Trump no estágio inicial da pandemia, cujo uso continua sendo defendido na prevenção e tratamento da covid-19, por fervorosos acólitos do politíco republicano

A ideia de que Ivermectina podia ser usada no tratamento da corona vírus, pegou vapor na primavera de 2020, quando pesquisadores australianos notaram que a droga matava o vírus em ambiente laboratorial, achado que tinha notáveis ressalvas. Primeiramente, o fato da dose necessária para atingir o vírus era muito mais alta do que aquela aprovada para uso em seres humanos, dosagem que poderia ser fatal. Pesquisadores argumentam, que testes de laboratório com droga e vírus interagindo em uma placa de Petri, também não refletem a complexidade do corpo humano.

Segundo o Professor David Boulware na Divisão de Doenças Infecciosas e Medicina Internacional da Universidade de Minnesota, os melhores dados disponíveis no momento são de um estudo no Brasil, que ainda não publicou suas conclusões, embora já tenha revelado que o desempenho da Ivermectina foi igual a do placebo, ou seja, não houve benefício clínico aparente naqueles que usaram a droga.

A American Medical Association, American Pharmacists Association e outras organizações da área de saúde,  pediram o “fim imediato” de prescrição e uso da Ivermectina na prevenção e tratamento da covid-19. Sugerindo ao invés, o uso de algo que já temos, vacinas que cumpriram todos os requisitos de agencies reguladoras e realizaram estudos científicos de alto nível, provando a sua eficácia e segurança.  

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores

Comentários

  • Maria do Socorro Nóbrega Zenaide disse:

    A Ivermectina em mim funcionou bem. Já parei de tomar já há algum tempo.Estou vacinada.Creio que fiz a prevenção. Rezar para não ser.contaminada.

  • Elinaldo Barbosa do Nascimento disse:

    Ficamos triste em saber que um virus tão danoso e fatal, possa deixar o mundo em desespero e que o homem só possa enchergar seu umbigo. Eu sempre vou acreditar na ciência.

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