Amanheci com uma imensa tristeza pelas disputas asfixiando nossa capacidade de observar, pensar e agir fraternalmente ou pelos menos civilmente. Somos um povo perdido na sua própria Estrada de Damasco. Estamos diante de dois gladiadores. Ambos se descrevem como mais forte, mais ético e mais merecedor da confiança do povo brasileiro. O combate terminará com a morte súbita e cruel de um dos protagonistas. Será difícil dialogar com um morto…
A cidade molhada estava apreensiva e temerosa de um futuro incerto. O futuro glorioso, uma quimera. Pecamos como um povo: escolhemos líderes errados, toleramos e/ou cometemos atos corruptos avançando nossas prioridades, esquecemos da responsabilidade cidadã de demandar prestação de contas e honestidade daqueles em que confiamos nosso voto livre. Agora somos vítimas da tragédia que ajudamos a criar.
Independente do resultado do processo de impeachment da Presidente, o povo será a grande vítima. Artimanhas, promessas ardorosas, distorções e corrupção eleitoreira pura e simples, motivarão parlamentares a optar por um dos dois gladiadores. Nós os elegemos, agora eles subvertem as intenções dos nossos votos pelo interesse próprio.
Esqueçamos de partidos políticos, eles deixaram de nos representar há muito tempo! Não vale a pena perder amigos, dividir famílias ou adotar os estereótipos ou imagens que nos atribuíram. Nós, o povo, temos o dever de expiar a nossa cumplicidade, quando escolhemos falsos profetas, líderes corruptos e aceitamos o nepotismo eleitoral. Devemos pensar prioritariamente no Brasil. Rejeitando todos aqueles que saquearam o Tesouro Nacional, que destruíram nossa Petrobras, que usaram cargos de confiança e fisiologismo para subverter nossa liberdade. Devemos apoiar a autonomia e asações daqueles que honram e defendem nossa democracia.
Palmarí H de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores