Super Michelle

Observando a paisagem política da estratosfera moral, com devida indignação e preocupação responsável sobre o retrocesso ético e moral contaminando o clima eleitoral dos Estados Unidos, Michelle Obama, dispensando a rede protetora da Casa Branca para enfrentar o Godzilla antidemocrático ameaçando os princípios mais básicos da democracia e da convivência civil da sociedade americana. Competente e discreta, se conheceram quando foi supervisora de Barack Obama durante seu estágio na firma de advocacia onde trabalhavam. Descendente de escravos e pais sem educação universitária, tornando-se a mentora de um homem privilegiado com o pedigree acadêmico e honrarias da prestigiosa Universidade de Princeton.

Mantendo uma distância respeitável do mundo político de Washington D.C. durante a presidência do seu esposo, Michelle Obama concentrou seus esforços em criar uma atmosfera saudável e livre de pressões externas para suas filhas, como também as causas que apoia pessoalmente, o combate à obesidade na América e o empoderamento de meninas pelo mundo afora. O espetáculo grotesco promovido por Donald Trump e seus seguidores motivou a Primeira Dama a lançar-se corpo e alma na campanha de Hillary Clinton quando sua dignidade como uma mulher e a dignidade de todas as mulheres foi agredida pela retórica tóxica do racismo, sexismo e a propagação de imagens abusivas do comportamento do candidato republicano.

Sempre seguindo seu lema de “[…] quando forem para baixo, iremos para cima”, debatendo temas da atualidade e enaltecendo a importância dos princípios democráticos subestimados pela retórica inflamatória do candidato republicano, Michelle Obama é a arma mais possante do arsenal eleitoral de Hillary Clinton. Assumindo efetivamente a responsabilidade de confrontar a misoginia de Donald Trump, adicionando substância e oxigênio ao projeto do Partido Democrata nos estados tradicionalmente considerados seguros para candidatos do Partido Republicano.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores