Solânea, anteriormente conhecida como Moreno, guarda em suas raízes uma longa trajetória histórica. Suas origens remontam ao período entre 1750 e 1800, quando suas terras começaram a ser exploradas e povoadas. Um dos primeiros desbravadores foi um descendente da família Soares Cardoso Moreno, cuja presença estabeleceu os alicerces da futura cidade.
Em 1926, o nome Moreno foi oficialmente adotado em homenagem a seu fundador. No entanto, o verdadeiro reconhecimento como município só viria em 1953, com a construção da Igreja Matriz de Santo Antônio, símbolo que ainda domina a paisagem local.
Além de sua profunda ligação com a fé, Solânea também traz em sua história a figura de Manoel Moreira, braço direito de Lampião. O famoso Casarão, sua residência, permanece de pé como um monumento vivo do passado, guardando histórias de mais de 60 anos. Relatos sugerem que armas foram escondidas em um oratório dentro da casa, como forma de proteção contra perseguições policiais. Esse local histórico, além de ser uma memória viva, carrega um ar misterioso que intriga os visitantes, com ecos do passado ainda reverberando em suas paredes.
A cidade também oferece belezas naturais marcantes. A Bica da Mata, ou Bica do Cano, é um exemplo. Cercada por vegetação densa, essa nascente de águas cristalinas convida aqueles que procuram paz e serenidade após percorrer uma trilha de 400 metros.
A história de Solânea se estende ainda mais no tempo. Pinturas rupestres com 5 mil anos e enigmáticas formações rochosas que desafiam explicações científicas são atrações que atraem curiosos e estudiosos.
O cenário cultural de Solânea é vibrante. Desde os anos 70, o Teatro Municipal serve como palco para diversas produções. O grupo Facinart, fundado em 2012, tem sido um dos grandes responsáveis pela difusão cultural, realizando espetáculos e promovendo oficinas de teatro nas escolas públicas, garantindo que a tradição teatral local se mantenha viva.
Espiritualmente, Solânea encontra seu ápice no Santuário Padre Ibiapina. O santuário, dedicado a José Antônio Maria Ibiapina, abriga a casa onde ele viveu, além de um orfanato e uma capela. Todos os anos, uma grande peregrinação parte da Igreja Matriz e segue em direção ao santuário, num percurso de 15 quilômetros que une milhares de fiéis. Ampliar a divulgação desse evento anual, incluindo atrativos como feiras de produtos regionais, missas especiais e atividades espirituais, poderia atrair ainda mais fiéis e turistas interessados no turismo religioso, fortalecendo o vínculo espiritual com a cidade.
Solânea, com sua rica história, belezas naturais e patrimônio cultural, desponta como um destino que, além de preservar o passado, também vislumbra oportunidades de crescimento e desenvolvimento futuro.
Palmarí H. de Lucena, Paraíba do Alto: Histórias e Imagens Aéreas