¡Sí, libertad carajo!, grito de guerra dos novos demagogos

¡Sí, libertad carajo!, grito de guerra dos novos demagogos

Na concepção de Miquel Solans Blasco, docente da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Navarra, é imprescindível, para o êxito de uma sociedade, contar com lideranças capazes. Os governantes devem visar o bem comum, fomentar projetos que congreguem a população e transcendam discrepâncias, sendo sua responsabilidade cultivar um clima político amplamente legitimado.

Platão, o célebre filósofo grego, igualmente destacava a necessidade de governantes detentores de competências dialógicas e integridade moral. Ele preconizava que os discursos públicos deveriam apelar ao raciocínio dos cidadãos, evitando o desprezo ou o aduladorismo. Um governante virtuoso incentiva um debate franco, propício à crítica e ao enriquecimento recíproco. Ele sustentava ainda que a política deve ser exercida com ética, propondo um sistema educativo capaz de formar indivíduos com virtudes filosóficas, portanto confiáveis, habilitando assim a autoridade a utilizar os recursos comunitários para a construção da felicidade e a promoção do bem.

Essa perspectiva platônica enfatiza a importância dos governantes não apenas como gestores, mas também como líderes morais e promotores do diálogo e do envolvimento cívico. É essencial que eles busquem o consenso, aspirem ao bem comum e se dediquem à construção de uma sociedade mais justa e próspera. A harmonia social requer, sem dúvida, uma educação de qualidade e governantes íntegros.

Frequentemente nos dias de hoje, testemunhamos líderes mais preocupados com seus próprios interesses do que com o coletivo. É crucial lembrar que o sucesso de uma sociedade depende de líderes capazes de deliberação e fomento de iniciativas, e de criação de um ambiente político propício, endossado pela maioria da população, que também incentive o diálogo construtivo entre partes divergentes.

A ascensão de líderes populistas, propensos a distorcer a separação entre Estado e religião e a exercer a demagogia populista, questiona os métodos de eleição baseados no financiamento partidário por interesses específicos ou em subsídios estatais manipuláveis. A relação dinheiro-poder não apenas menospreza o processo eleitoral livre e justo, mas também corrompe a legitimidade e representatividade dos eleitos. A reforma política é possivelmente a mais importante e crucial para fortalecer a democracia. Sem ela, continuaremos marcando passo, como apenas rearranjando as cadeiras do convés do Titanic, enquanto a nave democrática afunda paulatinamente.

É fundamental contar com líderes comprometidos com o bem comum e capazes de apresentar soluções amplamente vantajosas para a sociedade. O diálogo e a colaboração são vitais para superar divergências e descobrir projetos unificadores. Infelizmente, as eleições em democracias modernas têm revelado uma tendência oposta. A polarização destrutiva, a violência política e o conflito têm caracterizado o triste legado de pleitos que levam ao poder líderes extremistas que se apresentam como “salvadores da nação”. O futuro promissor prometido aguarda, enquanto a escassez, a xenofobia e a visão distópica dos novos “senhores do universo” sufocam as aspirações do povo e a fé nos sistemas democráticos que os levaram ao poder.

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