Conhecido mundialmente como “fast fashion”, o modelo mercadológico caracterizado pela rápida velocidade de produção e comercialização, propagou-se mundialmente através de duas vertentes: democratizando o acesso do grande público às últimas tendências da moda e ao mesmo tempo, provocando desigualdades socioeconômicas devido as incertezas na demanda e em alguns casos, condições precárias de trabalho na sua rede de fornecedores. Segundo analistas, o modelo é o principal fator de sobrevivência das confecções brasileiras. A renomada revista “Environmental Health”, estima que 80 bilhões de peças de roupas são compradas anualmente, com rendimento de US$ 1,2 trilhão para a indústria de moda global.
A falência da Forever 21 e o planejado fechamento de até 176 de suas lojas, põe em dúvida a viabilidade do modelo ao longo prazo. Valorizada em US$ 6.0 bilhões de dólares, após três décadas vendendo tendências da moda antes de lançadas nas passarelas, a empresa aparentemente também semeou as sementes do seu próprio fracasso. O aumento de sua presença física em grandes shoppings e lojas ancoras medindo em tamanho médio de 3.500 metros quadrados, trafegou na contramão da rota dos seus principais consumidores, Jovens do Milênio e do varejo em geral, em direção as praticidades e das vantagens econômicas das compras eletrônicas.
Chamada de Forever 21 (Sempre 21) para que consumidores se sentissem sempre jovens, seu estilo caiu gradualmente em desfavor de pessoas demandando melhor qualidade mesmo à preços módicos. Varejistas de fast-fashion hoje enfrentam críticas pelo impacto negativo da indústria de moda no meio-ambiente. A produção mundial de vestuário e calçados contribui 8% das emissões de gás de efeito estufa, segundo um relatório publicado em 2018 pela organização internacional Quantis. Aspecto que impacta fortemente nas preferências de jovens consumidores atentos aos problemas da degradação ambiental e o aquecimento global.
Palmarí H. de Lucena, membro de União Brasileira de Escritores