Desinformações médicas estão contribuindo para aumentar a taxa de mortalidade da covid-19, desde o começo da pandemia. É uma questão de vida e morte. Muitas pessoas só entendem que foram ludibriados por mentiras e falsidades, quando já estão sufocando e é muito tarde para vacinar-se. Opiniões equivocadas podem matar aqueles defendendo o direito de ter sua própria opinião, pessoas não estão somente arriscando suas próprias vidas, também a vida daqueles em seu entorno, no lar ou no trabalho.
Dano causado por desinformações médicas é evidente na correlação com pacientes em UTIs, aqueles que rejeitaram vacinação contra a covid-19 ou que acreditaram erroneamente que Ivermectina os curaria, mesmo se a suposição fosse praticamente impossível de comprovar, com estudos clínicos ou evidência empírica. Esta é a junção onde a verdade pode salvar uma vida. Nos adaptamos a leis que requerem o uso de cintos de segurança, de não fumar em lugares fechados e não vender bebidas alcoólicas a menores ou proibir linguagem de ódio, certamente deveríamos apoiar e aceitar leis contra igualmente perigosas desinformações médicas, depois de determinado que a informação sendo disseminada carece de qualquer fundamento ou pesquisa cientifica.
Um Estado Democrático com garantias de liberdade, responsabilidades cívicas e leis, nem pode, nem deve tolerar que desinformações médicas sejam permitidas. Fenômeno perigoso, alarmante, geralmente sem base em debate genuíno entre diferentes pesquisadores, devidamente credenciados e apoiados por critérios científicos. Opiniões divergentes em pesquisas médicas revelam que, dependendo da maneira que são interpretadas, podem gerar novas sinergias, ampliar o escopo de pesquisas e novas indagações. Estas afirmações diferem dos jorros de desinformações não regulamentadas, por entidades que não têm experiência ou qualificações para chegar as conclusões, que ajudam disseminar inverdades como achados científicos.
Livre expressão é a pedra fundamental da democracia, um direito que deve ser resguardado. Também identificamos seus limites, quando alguém deliberadamente põe a vida de outros em perigo. Patinamos há muito tempo nas bordas de compartilhar ideias para expandir conhecimento e aquelas que provocam caos. Identificar e expor pessoas verdadeiramente maliciosas, que colocam interesse próprio sob qualquer outro valor, construindo uma estrada rápida para o poder e dinheiro. Este é o grande desafio da nossa democracia…
Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores