A política brasileira, que deveria ser um espaço de debates democráticos e construtivos, transformou-se em um palco de escândalos e operações policiais. A cada eleição, as discussões sobre políticas públicas são substituídas por um espetáculo de desinformação, onde fake news e táticas maliciosas manipulam a opinião pública.
Durante as campanhas, os eleitores são seduzidos por promessas poéticas e utopias que falam diretamente aos seus anseios. No entanto, após eleitos, os políticos rapidamente trocam a poesia por uma prosa árida de omissões. As promessas dissipam-se, e a confiança do povo se erode mais um pouco a cada ciclo eleitoral.
Em paralelo, operações judiciais e a já conhecida “dança das cadeiras” mantêm políticos corruptos no poder, protegidos por conluios e advogados de alto custo. O povo, cansado e desacreditado, assiste impotente ao eterno ciclo de impunidade. A reeleição, longe de renovar o sistema, apenas perpetua o status quo, alimentando ainda mais a corrupção e corroendo a fé nas instituições democráticas.
Neste cenário de descrença, o extremismo político prospera, impulsionado pelo desespero de uma população que vê seus problemas se perpetuarem enquanto a classe política mantém seus privilégios. A ideia de que “todos são iguais” no jogo político mina a confiança no sistema e coloca em risco os pilares da democracia.
A corrupção, como um cupim, corrói lentamente as fundações da democracia. As promessas de campanha, antes revolucionárias, revelam-se meras ilusões, dando lugar a contratos superfaturados e obras públicas inacabadas. O jogo político parece sempre armado contra o povo, gerando frustração e alimentando discursos radicais.
Enquanto isso, a “dança das cadeiras” continua, com os mesmos rostos se alternando no poder, cada vez mais distantes dos cidadãos, que deveriam ser os verdadeiros donos deste poder. Contudo, em meio à desilusão, persiste uma centelha de esperança. A busca por uma política ética e justa ainda resiste, mesmo em um ambiente contaminado.
O ciclo de promessas vazias e corrupção só se perpetua quando a descrença nos paralisa. O poder de transformação está, na verdade, nas mãos de cada cidadão. O voto livre e consciente é a chave para romper esse ciclo de impunidade. O Brasil não pode ser refém de interesses privados e políticos corruptos; deve ser moldado pela vontade de um povo que acredita em sua capacidade de construir um país mais justo.
A mudança começa ao reconhecermos o valor de nossa escolha nas urnas. A democracia, mesmo abalada, ainda oferece a oportunidade de corrigir os rumos e exigir a transparência e a responsabilidade de seus líderes. O voto é a nossa arma mais poderosa, capaz de transformar indignação em ação e cansaço em renovação. Não podemos ser meros espectadores. A mudança está ao alcance de nossas mãos.
Que o povo brasileiro exerça seu direito com honestidade e consciência, reconhecendo o poder de sua voz para redefinir o destino da nação. É a hora de acordar a justiça adormecida e construir um Brasil mais ético, transparente e verdadeiramente democrático.
Palmarí H. de Lucena