Pitimbu, no litoral sul da Paraíba, é uma joia onde passado e presente se entrelaçam, revelando uma herança histórica e cultural rica. Com cerca de 20 mil habitantes e uma extensão territorial de 136 km², Pitimbu faz parte da microrregião do Litoral Sul e da região metropolitana de João Pessoa.
Sua história remonta aos tempos coloniais, quando suas terras abrigavam um aldeamento indígena e eram conhecidas como a Enseada de Pitimbu, ou Porto dos Franceses. Esse porto natural servia de refúgio para embarcações que comercializavam Pau-Brasil, consolidando Pitimbu como um ponto importante do comércio no litoral paraibano.
Em 1827, Pitimbu foi elevada à categoria de distrito de paz, integrando a Capitania de Itamaracá até ser incorporada à Paraíba em 1867. Ao longo dos anos, Pitimbu perdeu seu status de vila e sede de comarca para Vila do Conde, devido à proximidade com a capital. Entretanto, sua luta pela emancipação foi marcada pela perseverança. Em 1959, quando Alhandra tentou anexar seu território, as lideranças locais resistiram, e, em 1961, Pitimbu conquistou a tão almejada autonomia, consolidando a resiliência de seu povo.
Além de sua rica história política, Pitimbu é abençoada por uma natureza exuberante. Com o maior litoral da Paraíba, a cidade possui 26 km de praias deslumbrantes. Ao norte, falésias criam paisagens dramáticas; ao sul, coqueirais e vegetação rasteira emolduram uma orla mais plana. Enquanto as praias de mar aberto atraem surfistas, outras, protegidas por bancos de areia e recifes de corais, oferecem águas calmas e ideais para o banho, evidenciando o potencial turístico de Pitimbu.
A região de Acaú, onde o manguezal e a foz do rio Goiana formam um ecossistema vital, é um exemplo do equilíbrio entre natureza e cultura. As populações tradicionais vivem em harmonia com a biodiversidade local, extraindo sustento de suas riquezas e preservando o ambiente.
No campo cultural e religioso, Pitimbu também guarda preciosidades. Na comunidade de Taquara, a Igreja Nossa Senhora da Penha de França (1756) e a Igreja Nossa Senhora do Rosário (1843) são testemunhas da profunda fé que moldou a história local. Restauradas por meio de uma parceria entre a Brennand Cimentos e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), essas igrejas continuam a preservar a tradição religiosa para as futuras gerações.
Pitimbu, com suas influências históricas, culturais e naturais, destaca-se no cenário paraibano. Suas paisagens paradisíacas, sua resistência histórica e suas tradições religiosas refletem a identidade de um povo que valoriza suas raízes e busca caminhos sustentáveis para o futuro. Ao olhar adiante, Pitimbu continua a se afirmar como um exemplo de equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação de seu valioso patrimônio cultural e natural.
Palmarí H. de Lucena, Paraíba do Alto: Histórias e Imagens Aéreas