Subidas e descidas acompanhando os desníveis da cidade nos oferecem as únicas e aventurosas possibilidades de conhecer o bairro de Alfama, o mais antigo de Lisboa, datando desde a presença mourisca na Península Ibérica, do século VIII ao XI. Originalmente, o bairro servia de refúgio aos judeus, seu nome tem sua raiz na expressão árabe “al-hammâ” que significa “fonte de água quente”. As estreitas ruas são hoje famosas não apenas pelo antigo casario, mas também pela convivência pacífica e a presença de igrejas e monumentos históricos com vistas espetaculares.
Navegadores portugueses cruzaram oceanos em busca de riquezas, matéria prima e sustento para sua nobreza e populações pobres. Fundaram assentamentos e expandiram uma crescente diáspora lusófona, deixando impressões digitais da Pátria Lusitana pelo mundo afora. Portugal exportou seus pobres para ultramar, seja como degredados, emigrantes econômicos, pessoas deslocadas pela descolonização ou crises financeiras ao longo de cinco séculos.
A ebulição turista do Portugal da atualidade é alimentada pelo sucesso em mobilizar recursos do patrimônio histórico para fortalecer o desenvolvimento sustentável do presente, aumentando assim a competitividade, empregabilidade da força laboral e assegurando estabilidade política. Hoje é a vez de estrangeiros visitarem ou migrarem para Portugal atraídos por oportunidades econômicas, segurança pessoal e qualidade de vida oferecida a todos e em todos rincões da república
O exemplo de Portugal pode ser replicado no Brasil através de politicas públicas e de programas de restauração, preservação e educação patrimonial, dando a devida relevância a optimização do potencial econômico e cultural do nosso patrimônio histórico. Portugal nos ensina que a sinergia da preservação do patrimônio e aproveitamento sustentável do capital turístico, poderia ser uma alternativa viável para a manutenção e valorização de sítios e cidades históricas da Paraíba.
Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores