Grande enigma para aliados e adversários, a política externa dos Estados Unidos transformando-se em um amalgamado de conceitos e ideias idiossincráticas, desafiando a ordem mundial pós-Segunda Guerra endossada pelo bipartidarismo forjado entre republicanos e democratas. Liderança dos Estados Unidos na formação de alianças, organizações e normas unindo democracias na manutenção da paz mundial, conceito agora questionado pelo populismo etno-nacionalista agravado pela imprevisibilidade mercurial de Donald Trump. Abrangência da diplomacia estadunidense como promotora, catalisadora e fiadora de acordos globais agora considerada como ameaça grave à soberania e a sustentabilidade da identidade nacional.
Os ideólogos de Donald Trump não acreditam na ordem mundial aceita por treze presidentes americanos – de Roosevelt a Obama. Baseadas em uma visão apocalíptica de um choque de civilizações fundamentada por críticas contundentes combinando simultaneamente preceitos de moral, religião, economia e racismo. Steve Bannon, conselheiro sênior de Trump, argumenta que antigamente nações-estados judeu-cristãos praticavam uma forma de capitalismo bíblico e sustentavam comunidades culturalmente coerentes. Afirmando que o modo de vida judeu-cristão está sendo destruído pela globalização, pluralismo e diversidade. Um mundo vulnerável ao Fascismo Islâmico
Uma nova ordem mundial baseada em uma aliança entre Trump e Putin, outrora politicamente inconcebível, transformada em plataforma para expansão de partidos direitistas e nacionalistas. Alexander Dungin, ideólogo do Kremlin e Steve Bannon citam as raízes religiosas da Ortodoxia Russa e do Cristianismo Americano como antídoto contra o viés de direitos humanos, comportamento anti-hierárquico e o politicamente correto da ordem global multirracial e multilíngue. Ideias perigosas em um mundo dividido entre o extremismo religioso e o nacionalismo virulento, responsáveis pelas tragédias e retrocessos humanitários ao redor do mundo.
Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores