O jogo de poder de Trump: caos calculado e ganhos privados

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O jogo de poder de Trump: caos calculado e ganhos privados

Donald Trump mais uma vez usou sua imprevisibilidade como ferramenta de poder. O acordo de última hora com os líderes do México e do Canadá, adiando por 30 dias a imposição de tarifas pesadas sobre as importações desses países, não foi apenas uma tática de negociação. Foi um recado claro para o mundo: ele está disposto a tomar medidas drásticas, mesmo que prejudiquem a economia americana.

Ao ameaçar tarifas de 25% contra seus vizinhos, Trump não estava apenas buscando vantagens comerciais. Ele queria mostrar que pode impor sanções severas contra países menores e que não hesita em criar instabilidade para reforçar sua imagem de líder implacável.

Esse padrão se repete em outras decisões. A deportação agressiva de imigrantes, a suspensão de ajuda externa e o rompimento de tratados internacionais seguem a mesma lógica: um líder que governa pelo medo e pela imprevisibilidade. Outros líderes da extrema direita, como Jair Bolsonaro no Brasil, Viktor Orbán na Hungria e Recep Tayyip Erdogan na Turquia, também adotam estratégias semelhantes, criando crises para enfraquecer instituições democráticas e concentrar mais poder.

Líderes imprevisíveis geram insegurança, e a insegurança leva à submissão. Empresários, políticos e aliados evitam contrariá-los para não se tornarem alvos de retaliação. Dessa forma, Trump expande seu poder além dos limites tradicionais da presidência americana.

Mas qual é o verdadeiro objetivo desse comportamento? Certamente não é o bem-estar dos americanos. Trump utiliza sua influência para beneficiar um grupo seleto: bilionários americanos e oligarcas de países como Rússia, China e Arábia Saudita. Em troca de favores políticos e econômicos, esses magnatas oferecem financiamento, apoio midiático e outras vantagens.

Embora Trump afirme agir em prol dos trabalhadores americanos, os verdadeiros beneficiários são grandes corporações e a elite financeira global, que expandem suas riquezas às custas da população comum. O caos gerado por sua gestão não é um erro, mas sim um plano bem calculado. Enquanto a estabilidade política costuma ser desejável, Trump aposta na desordem como ferramenta de controle.

O perigo maior não é apenas o que Trump faz, mas o precedente que estabelece. Seu estilo de liderança imprevisível pode inspirar futuros líderes a governar pelo caos. A estratégia lembra a de autocratas como Vladimir Putin e Xi Jinping, que usam medidas arbitrárias para consolidar seu controle. Quando a incerteza se torna norma, é a democracia que mais sofre.

Palmarí H. de Lucena

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