Estamos vivendo uma transição significativa nos modelos de vida, empreendedorismo e gestão. A crise atual não surge apenas dos problemas existentes, mas da velocidade exponencial com que esses problemas crescem, enquanto nossa capacidade de resposta é linear. Portanto, precisamos buscar estratégias e dinâmicas com natureza exponencial.
Neste contexto, surgem quatro economias de futuro que, interligadas, formam a Fluxonomia 4D: Economia Criativa, Economia do Compartilhar, Economia Colaborativa e Economia Multivalor. Estas economias se complementam, criando um fluxo de recursos e resultados que se multiplicam, levando a um crescimento sustentável e exponencial.
No entanto, o Brasil ainda está preso a indústrias do século passado, como óleo, mineração e agricultura. Estas indústrias, embora essenciais, resistem à inovação, tornando-se menos competitivas e sustentáveis. A adoção de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA), é crucial para transformar a economia brasileira.
A futurista Amy Webb destaca que a inovação tecnológica, como a eletricidade, o motor à combustão e a internet, moldará o próximo superciclo econômico. A IA generativa, embora ainda em desenvolvimento, tem um potencial enorme na automação de tarefas e na análise de dados em alta velocidade. No entanto, seu treinamento online e a falta de interação em tempo real são desafios significativos. Integrar a IA com as economias da Fluxonomia 4D pode solucionar essas limitações, promovendo uma sinergia entre inovação tecnológica e crescimento sustentável.
Os sistemas avançados de IA, projetados para executar tarefas autonomamente, são a resposta para essas limitações. Além disso, os dispositivos interconectados, conhecidos como “conectáveis”, facilitarão o avanço da IA. A tendência de software sob demanda também promete revolucionar o mercado, permitindo que as empresas utilizem softwares acessíveis quando e onde precisarem, eliminando a dependência de sistemas obsoletos.
Amy Webb projeta um cenário otimista para 2028, onde os brasileiros terão acesso fácil a serviços bancários avançados, desenvolvidos por meio de modelos de IA. Para isso, será necessário um investimento significativo em conhecimento técnico e ferramentas de fintech. No entanto, em um cenário pessimista, a falta de compreensão das demandas dos clientes e sistemas falhos podem tornar a experiência bancária frustrante.
Portanto, a integração das quatro economias da Fluxonomia 4D e a adoção de tecnologias emergentes são essenciais para transformar a crise atual em uma transição benéfica. Desenvolver novas métricas que tangibilizem intangíveis e visibilizem recursos e resultados nas quatro dimensões da sustentabilidade é fundamental. Somente assim poderemos migrar de uma economia de consumo para uma economia do cuidar, baseada na colaboração e abundância.
Para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades, é essencial preparar pessoas para atuar nessas quatro economias e adotar tecnologias inovadoras. Assim, o Brasil poderá se tornar mais competitivo e sustentável, garantindo um crescimento econômico robusto e inclusivo para o futuro.
Palmarí H. de Lucena 10.07.2024