“Gatos pingados” é a maneira mais adequada de descrever seguidores do Deputado Daniel Silveira agregados a porta do calabouço diferenciado, morada temporária de um destronado ícone da direita raivosa. Tosco, obsceno, misógino, arauto da baixa-vida, qualidades que justificam a superioridade moral daqueles que acreditam na democracia, em algo menos maleável aos caprichos de líderes autoritários embelezados por turbas barulhentas embrulhadas nos símbolos da Pátria. Extremistas que usam o direito da liberdade de expressão para promover o eventual fim da liberdade de expressão, pregando um retrocesso ao Ato Institucional No. 5 da Ditadura Militar.
Desgraçado pela maioria dos colegas, o parlamentar é um exemplo da prevalência da forma sobre o conteúdo na narrativa política da atualidade, confundindo um povo inseguro sobre a retidão das instituições do Estado Democrático de Direito. Perfil de boca-suja, comportamento mercurial, linguagem violenta e peitorais bem desenvolvidos usados como uma armadura intimidante, construíram uma imagem de autenticidade aos seus acólitos e seguidores. Consideram que o parlamentar é honesto por não ter papas na língua, corajoso por confrontar “comunistas”, minorias, mulheres, LGBT e a elite política e, quando necessário, atropelar os direitos humanos e o politicamente correto.
Políticos da extrema direita, ou melhor “youtubers” travestidos de parlamentares, formam a cabal de uma “nova política” caracterizada pela bipolaridade dividindo aqueles que estão no lado deles, ou seja, “pessoas de bem”, rotulando adversários políticos ad nauseam como inimigos, ameaças que devem ser eliminadas como afirmou o parlamentar no vídeo que o levou a prisão por decisão do STF, chancelada por uma significante maioria da Câmara. Líderes do Congresso aspiram que o episódio tenha o potencial de transformar-se no divisor de águas entre o irracionalismo do extremismo direitista e a política orientada para a obtenção de resultados e limitada apenas por exigências práticas, em detrimento de ideologias ou princípios morais.
Em termos da retórica de ódio da extrema direita, existe uma crescente percepção em organismos das Nações Unidas que a comunidade internacional deve lidar com movimentos radicais como uma ameaça transnacional, já que teriam ramificações em diferentes partes do mundo, notando-se em particular o comportamento de políticos autoritários e seus seguidores. A violenta invasão do Capitólio Americano no dia 06 de janeiro, expôs a urgência de questionar o papel de líderes políticos na desestabilização de instituições democráticas, desvirtuação do sistema eleitoral e do poder judiciário, em particular. Entre a difusão de ódio nas mídias sociais, o apoio de governantes autocráticos e uma insurreição que pode gerar mortes, a distância é mínima…
Palmarí H. de Lucena, membro da Uniao Brasileira de Escritores
Perfeita exposição de membros políticos que envergonham nossa Nação!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻