O jornalismo é uma peça fundamental do arcabouço democrático da república, uma lanterna a serviço da cidadania na busca da verdade. Juntos o jornalismo cidadão e as redes sociais se complementam no processo comunicativo, oferecendo novas oportunidades de participação, de construção de esfera pública e da mobilização da sociedade civil. O combate à corrupção e o enquadramento judicial de políticos e seus patrocinadores no setor empresarial se tornaram possíveis graças à força do binômio que sustenta a democracia brasileira: imprensa livre e opinião pública informada.
Rejeição genérica de fatos expostos pela imprensa escrita, substanciados pelas narrativas ricas em detalhes das delações premiadas e os autos dos processos da Lava Jato. Ladainha cotidiana de políticos e seus advogados questionando fatos e evidências convincentes sem nunca apresentar provas criveis ou fatos contraditórios. Dando vazão a questionamentos motivados pelo cinismo inerente a classe política na forma de ataques virulentos contra diarios e jornalistas denunciando corrupção e abuso de poder.
Acusações sobre vazamentos e cerceamento do direito de ampla defesa repetidas ad nauseam. Grupo de pessoas econômica e socialmente influentes, protegidos por foro privilegiado, com fácil acesso a tudo que o dinheiro possa comprar, incluindo a contratação de juristas influentes muitos juízes e procuradores aposentados.
Os jornalistas norte-americanos Carl Bernstein e Bob Woodward estabeleceram que, para eles, em uma investigação jornalística todo detalhe é importante, em casos de corrupção é fundamental seguir a trilha do dinheiro, procurando a verdade mesmo quando camuflada por mentiras e manobras espúrias de políticos ou de juízes com viés politico. O principio fundamental do papel do jornalista é, e sempre será, o de apurar os fatos com rigor para apresentar ao público “a melhor versão possível da verdade”…
Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores