Itabaiana, terra de debates e diversidade, é um símbolo no coração de uma região repleta de história e significado. O nome da cidade vai além de uma simples grafia; reflete as diversas interpretações de sua etimologia, alimentando discussões que atravessam décadas e enriquecem sua identidade cultural.

A controvérsia em torno da grafia “Tabaiana” ou “Ita-baiana” espelha a riqueza cultural da região. Enquanto alguns defendem a origem indígena e a conexão espiritual de “Tabaiana”, outros apontam para a possível relação com uma antiga pedra vermelha no rio Paraíba, em “Ita-baiana”, revelando profundidades históricas e simbólicas.

As raízes históricas de Itabaiana remontam ao século XVIII, quando a Missão do Pilar, estabelecida por jesuítas, iniciou a formação do núcleo colonial. A criação da comarca de Itabaiana em 1864 foi um marco jurídico que solidificou o desenvolvimento local e sua importância na região. A belíssima igreja dedicada à Nossa Senhora da Conceição, a padroeira do município, é destaque entre as igrejas dedicadas a essa invocação na região. Sua devoção é celebrada anualmente com uma grande festa, desde sua inauguração em 1903.

A Revolução de 1817, movimento em busca da independência do Brasil e defesa de princípios republicanos e igualitários, encontrou eco em Itabaiana e em todo Nordeste. A cidade, junto a outras regiões, abraçou ideias de liberdade e igualdade, reunindo apoio de diversas camadas sociais, incluindo proprietários rurais, comerciantes, intelectuais e grupos populares.

Apesar de não ter sido o epicentro dos principais eventos da revolução, Itabaiana contribuiu significativamente para a mobilização dos revoltosos. Muitos líderes locais participaram ativamente das discussões e ações que culminaram na tentativa de instauração de um governo republicano na região.

Essa herança de resistência e luta se entrelaça com uma vibrante cena cultural, que revelou talentos como Wladimir de Carvalho, Otto Cavalcanti e Sivuca, nomes que ultrapassaram fronteiras levando consigo a essência e os valores de Itabaiana. Além dos renomados, a cidade se orgulha de figuras políticas como Abelardo Jurema e do legado literário de Zé da Luz, enriquecendo ainda mais sua identidade.

A atuação do Tenente Lucena em causas sociais e na preservação do folclore paraibano também merece destaque, mostrando que Itabaiana não é apenas um local geográfico, mas um celeiro de talentos e tradições.

Itabaiana não apenas encanta com suas belezas naturais e história rica, mas também influencia e enriquece o Brasil e o mundo. Sua fama como a “Rainha do Vale” não é apenas uma expressão, mas um reflexo vivo da diversidade cultural, da hospitalidade de seu povo e da contribuição universal de seus talentos.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores