Símbolo da decadência e desordem urbana em Nova Iorque e outras grandes cidades nos anos de 1980, os limpadores de para-brisas ocupavam cruzamentos, semáforos e locais de estacionamento público, mesmo com leis e regulamentações municipais proibindo essa atividade. Conhecidos mundialmente como “squeegee men”, adolescentes e jovens adultos munidos de rodos de borracha e detergente, ofereciam agressivamente serviços de lavagem de para-brisas, muitas vezes sem permissão do motorista, e eram vistos pelo público como uma clara ameaça à qualidade de vida e à integridade física dos condutores.
A expansão gradual da versão paraibana dos “squeegee men” tem contribuído para o aumento da insegurança e de riscos enfrentados pelos cidadãos comuns. A abordagem agressiva de limpadores de para-brisas em cruzamentos de cidade, pode deixar os motoristas desconfortáveis e preocupados com sua segurança pessoal, representando uma possível ameaça física. Não é incomum ver um carro cercado de jovens atingindo o para-brisas e as janelas laterais com jatos d’água, após o motorista recusar seus serviços. É importante garantir que as leis sejam aplicadas de forma consistente para evitar violações dos direitos dos motoristas. A ausência de policiamento presencial e a consequente desordem no trânsito criam um ambiente de caos nos principais cruzamentos da cidade.
Em vez de se envolver em atividades perigosas ou ilegais, seria mais benéfico para esses indivíduos receberem suporte e incentivos para encontrar empregos alternativos. Programas de treinamento vocacional e assistência social podem oferecer oportunidades para que eles superem a pobreza de maneira sustentável. As autoridades municipais têm a responsabilidade de garantir a segurança de todos os cidadãos, inclusive dos motoristas e dos trabalhadores. Além disso, é importante que as autoridades atendam às necessidades desses indivíduos desempregados, procurando soluções que promovam seu bem-estar e reintegração na sociedade.
É importante abordar essa questão de forma mais ampla e estruturada. As autoridades municipais devem implementar medidas adequadas para garantir a segurança dos motoristas e oferecer alternativas sustentáveis para esses indivíduos desempregados Lamentavelmente, a falta de guardas municipais e de oficiais da mobilidade urbana está criando um vácuo de autoridade nos cruzamentos da cidade. Esses locais são notoriamente propensos a crimes de oportunidade, com alto potencial de violência ou acidentes envolvendo motoristas inseguros que param nos semáforos vermelhos ou nas esquinas mal iluminadas.
Além de limpadores de para-brisas, temos vendedores de frutas, cadeirantes, pessoas com distúrbios de comportamento ou dependência química e grupos arrecadando doações para várias causas religiosas aumentado a presença de pedestres em cruzamentos, dificultando o fluxo eficiente de veículos e a segurança dos cidadãos. Nenhum desses atores apresenta credenciais confiáveis para suas atividades comerciais ou filantrópicas. Devemos estabelecer um sistema efetivo de credenciamento e triagem de pessoas que exercem atividades informais, venda de produtos ou solicitação de doações, a fim de garantir ruas mais seguras e reduzir os riscos no trânsito.
Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores