Chegou a hora, amigos,
De Oliveira nos lembrar,
Sessenta anos de estrada,
Muita história pra contar,
Cantoria e poesia,
Um legado a celebrar.
Nas feiras e nas estradas,
Seu saber foi construir,
Desde os doze, já cantava,
O repente a se expandir,
Estagiário dos mestres,
Viu seu talento emergir.
De Pernambuco partiu,
São Paulo foi seu lugar,
Trabalhou como pedreiro,
Até seu dom revelar,
Nas rádios e na TV,
Sua voz fez ecoar.
Cantou para presidentes,
Para o papa e multidão,
Em Cuba, Paris, Lisboa,
Espalhou sua canção,
Com maestria e talento,
Fez vibrar cada coração.
Sua arte do cordel,
Fez o mundo respeitar,
Erudito autodidata,
Sempre a nos encantar,
Pavarotti dos sertões,
Com sua voz a brilhar.
Literatura de cordel,
Com história a superar,
Mesmo com adversidades,
Continua a perdurar,
Mais de trinta mil folhetos,
Para o povo divulgar.
Nem foi plantado em monte bíblico,
Nem se transformou em utensílio,
Mas seu nome é Oliveira,
E seu canto é um exílio,
De beleza e de saber,
Puro amor sem empecilho.
Palmarí H. de Lucena, 08 de julho de 2024