Teorias de conspiração e fake news continuam invadindo nossas casas, desafiando esforços de descobrir a veracidade e eventualmente descreditar notícias transmitidas em redes sociais ou veículos de comunicação, vinculados a causas extremistas. Diferente do passado, uma das principais fontes de notícias falsas ou sediciosas são chefes de estado ou lideres de governos, notadamente o Presidente dos Estados Unidos, no meio de uma crise global e desproporcionalmente americana.
A grande dificuldade de enfrentar o problema é que temos um camelô de teorias de conspiração da magnitude de Donald Trump, que durante uma grande crise de saúde pública promove um tratamento potencial, não comprovado e cientificamente contestado, para a cura ou profilaxia do COVID-19. Narrativa repercutida principalmente por meios de comunicação, que apoiaram sua campanha eleitoral e desde então promovem uma presidência limitada intelectualmente, com uma mistura de falsidade, mentira e mito aferrolhados a imagem do apresentador de reality shows, disfarçado em líder político.
Recentemente, Facebook, YouTube e Twitter tomaram medidas proativas para conter a maré de teorias de conspiração disseminadas pelo presidente americano e seus acólitos, no entanto, outras plataformas se recusam a tomar devidas precauções. Infelizmente, o panorama midiático da atualidade permite que uma multiplicidade de conspirações e mentiras, sejam difundidas com a mesma compostura e imprimatur, como se fossem verdades. Estes intermediários de desinformação conhecem bem sua audiência: Donald Trump. Conseguindo acesso a ele ou pelo menos ao poder amplificador de suas postagens, abre a portas para milhões de pessoas que ainda acreditam no presidente.
A dificuldade em desmascarar ou controlar o fluxo de teorias de conspiração, é que elas sempre são lucrativas para alguém como evidente nas verdadeiras enxurradas de noticias falsas produzidas pela Casa Branca, como bucha de canhão eleitoral. Desde quando o Presidente caracterizou a mídia como inimigos ou fake news, qualquer conspiração por audaciosa que seja, é tida como crível por uma parte da população, que acredita que na ausência de fontes de noticias confiáveis, qualquer uma é confiável.
Apesar do desanimo e decepção com a trajetória negativa dos Estados Unidos como uma sociedade e potência econômica, o que os americanos têm diante deles é uma realidade bem real. As eleições de Novembro, não a cloroquina, são a única oportunidade para mudar a trajetória da País, retorna-lo a liderança das democracias, promoção do multilateralismo e apoio a tratados de preservação do meio ambiente.
Palmarí H. de Lucena é membro da União Brasileira de Escritores
Excelente Palmari! Um alcance literal com alvo habilidosamente certeiro
Concordo inteiramente.
Bem descrito o drama patético nos Estados Unidos às vésperas da eleição presidencial. No Brasil assistimos a uma imitação caricata do que acontece nos Estados Unidos, com dois anos de antecedência.