Progresso social promovido através de medidas para o estímulo do crescimento econômico ocorre à revelia dos interesses e participação da sociedade. Quando isso acontece, o crescimento e o fortalecimento da social civil é atrofiado pela ausência de processos participativos na tomada de decisões sobre prioridades nacionais e pela dependência continuada nos recursos e a tutela social do Estado. A passividade da sociedade civil relega cidadãos a uma vivência conflitiva e politizada na qual todos os caminhos levam a advogados, tribunais ou programas assistencialistas.
O desequilíbrio fiscal de um Estado incapaz de se autofinanciar estão contribuindo para o colapso de investimentos e estruturas, muitas delas consideradas importantes para o desenvolvimento. Escassez de recursos e a crescente resistência do contribuinte em financiar programas sociais estão no centro do debate politico da atualidade, fomentado a propagação de posições populistas questionando os programas e benesses do estado de bem-estar social.
Aparentemente a agenda brasileira da atualidade é menos Estado, menos subsídios e questionamento sobre a centralidade do Estado como o propulsor do desenvolvimento. A retomada sustentável da economia brasileira e concomitante melhoria dos serviços sociais requerem equilíbrio das contas públicas, mudanças no arcabouço político e coerência nas políticas de fomento ao empreendedorismo e aumento da produtividade do trabalhador brasileiro. Tudo depende da qualidade e vontade politica daqueles candidatos no poder pós-eleição de 2018.
O processo de redemocratização e os resultados das eleições desde 1985, mostram que o eleitorado votou em candidatos de acordo com sua agenda daquele momento, notadamente candidatos que prometeram resolver ou encaminhar respostas a seus interesses pessoais. Nossa única opção em 2018 é de escolher entre reformismo e populismo. Não temos mais o luxo de repetir o que aconteceu na última eleição…
Palmari H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores