Distanciamento social intramural

Distanciamento social intramural

Novos parâmetros de interações sociais entre pessoas em situações intramurais, são exemplos claros do impacto global do COVID-19. Surtos de coronavírus em diversos países demonstraram o risco inerente de aglomerações em recintos fechados, seja em uma igreja na Coréia, um auditório na França ou uma conferência em Massachusetts. Perigo de infecção nestes ambientes é muito mais grave do que conjecturamos. Contágio é dezenove vezes mais alta nestes lugares, segundo um estudo japonês. Artigo de jornal em Hong Kong, afirmou que de 7.324 casos documentados na China, apenas um ocorreu em espaço aberto.

Espaços públicos estão, na sua grande maioria, de portas fechadas ou funcionado sob regras estritas de distanciamento social. Segundo economistas e empreendedores , tais medidas estão contribuindo para a ruína financeira e desespero social de empresários que dependem de portas abertas para conduzir suas transações comerciais. Vitrines de lojas, restaurantes, salões de beleza, ginásios escurecidas, imóveis protegidas por tapumes ou com placas anunciando encerramento de atividades, são cenas comuns na paisagem urbana, tão comuns como colmeias de delivery motoboys ziguezagueando pelas ruas da cidade.

Reabrindo cautelosamente, empresas estão vivendo um período de grande incerteza sobre como manter a aparência de normalidade. Necessitam urgentemente de transformar-se em lugares seguros e, ao mesmo tempo, fazer a clientela sentir-se segura nos seus interiores. Reabertura deve ser gradual, guiada pela ciência, conhecimento empresarial, aceitando com humildade que nosso entendimento do COVID-19 é dinâmico, estudos são apenas pistas cruciais para desvendar gradualmente um mistério de uma doença pairando sobre a humanidade.

Enquanto políticos e jóqueis do negacionismo constroem uma narrativa desagregadora contra o isolamento social e pela reabertura da economia, empresas enfrentam dificuldades em reabrir suas portas, sem recursos para reequipar ou desenvolver novos modelos de atendimento pós-COVID-19. Enquanto isso, o Brasil nem parece estar preparado para mitigar as consequências da pandemia, nem de disponibilizar recursos técnicos e financeiros para reabilitar e assegurar a sustentabilidade de pequenas e médias empresas. Reabrir um negócio poderia ser algo fácil de realizar, podendo ser igualmente fácil de fecha-lo caso o empresário não disponha de recursos para inovar, reconfigurar atendimento e cumprir demandas por requisitos de distanciamento social intramural.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores

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