Crimes Eleitorais e Suas Consequências na Campanha de Donald Trump em 2016

Crimes Eleitorais e Suas Consequências na Campanha de Donald Trump em 2016

Durante a campanha presidencial de 2016, o candidato Donald Trump e seus seguidores utilizaram a expressão “lock her up” (“prendam-na”) contra Hillary Clinton, devido ao uso de um servidor de e-mail privado durante seu mandato como Secretária de Estado. Ironicamente, Trump e vários de seus assessores agora enfrentam a possibilidade de prisão por crimes cometidos durante a campanha e por tentativas de minar os resultados eleitorais.

Trump foi recentemente condenado em Nova York, e o procurador-geral de Wisconsin, Josh Kaul, apresentou acusações de conspiração contra um ex-assessor e dois advogados que o aconselharam sobre uma reunião de republicanos que alegavam ser os eleitores presidenciais de 2020 do estado, apesar de Trump ter perdido em Wisconsin. Essas são as primeiras acusações em Wisconsin relacionadas a essas reuniões, com promotores também acusando republicanos em Arizona, Michigan, Nevada e Geórgia.

Michael Roman, diretor das operações do Dia da Eleição de Trump em 2020, e os advogados Kenneth Chesebro e James Troupis foram acusados de conspiração para cometer falsificação. Se condenados, enfrentam até seis anos de prisão e uma multa de $10.000. Eles farão suas primeiras aparições no tribunal em setembro, com os casos provavelmente se estendendo além das eleições de outono, a menos que alcancem acordos de confissão.

Após perder por pouco a eleição de 2020 em Wisconsin, Trump solicitou recontagens nas duas áreas mais democráticas do estado e usou esse processo para tentar anular centenas de milhares de votos por correspondência. A Suprema Corte do estado rejeitou seus esforços em dezembro de 2020, mas aliados de Trump realizaram reuniões semelhantes em outros seis estados, enviando documentos oficiais alegando serem os verdadeiros eleitores ao Congresso e aos Arquivos Nacionais.

O procurador-geral Kaul adotou uma abordagem mais lenta e direcionada em sua investigação, focando naqueles que organizaram a reunião, como Roman, que também enfrenta acusações na Geórgia e Arizona. Andrew Hitt, presidente do Partido Republicano de Wisconsin na época, afirmou que ele e outros foram enganados a participar do esquema de eleitores alternativos, tendo rescindido seus documentos falsos.

Em conferência de imprensa, Kaul afirmou que a investigação poderia resultar em mais acusações, decididas com base nos fatos e na lei, não na identidade de qualquer indivíduo.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores

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