No alto da serra, um lugar diferente
O Quilombo da Caiana, resistência valente
Pela ladeira poeirenta, nos leva sem demora
A uma oásis de cultura, cheia de história.
Crioulos valentes, pertencentes à nação
Herdeiros de uma tradição, de resistência e união
No coco de roda, a dança colorida
Alegria contagiante, que nos envolve a vida.
Da África distante, trouxeram sua tradição
A cantoria afinada, do povo de Alagoa Grande
Em cada verso, um pedaço de emoção
Cantando a esperança, daqueles que ousam sonhar.
Da escuridão do mato, brilham luzes radiantes
Nessa cidadezinha, que um dia foi importante
Mais de um século se passou, história gravada
E no livro de Laurentino Gomes, uma menção destacada.
Falando da escravidão, do sofrimento vivido
Do Quilombo da Caiana, seu espaço resolvido
Um marco importante, na luta pela liberdade
Simbolizando a força do povo, na busca pela igualdade.
Assim surge o cordel, como forma de expressão
Para contar a história, do Quilombo com paixão
Que ecoe nos versos, pelo tempo afora
O nome da Caiana dos Crioulos, ressoando agora.
Palmarí H. de Lucena, 14.10.2023