Sinais de recuperação mal haviam começado a animar o setor aéreo, quando diagnosticaram a variante Omicron, acrescentando mais um nível de confusão, incerteza e preocupação as viagens ao exterior. Apesar do conhecimento limitado sobre a transmissibilidade da variante, vários países estão considerando ou já promulgaram novas restrições de viagem, na esperança de diminuir sua marcha ao redor do mundo.
Antes da descoberta da Omicron, requisitos de testagem de covid-19 já eram um desafio para viajantes internacionais, que podem enfrentar situações constrangedoras no check-in ou embarque, como observamos na Costa Rica, França, Portugal e Argentina. Devido a uma regra da Anvisa para embarque de retorno ao Brasil, por exemplo, fomos obrigados a apresentar um teste de RT-PCR, realizado em menos de 72 horas na Costa Rica. Com laboratórios fechados no fim de semana, tivemos de ser testados emergencialmente 24 horas antes de um voo saindo na terça-feira, ao custo de US$250 dólares por teste. Testemunhamos brasileiros em trânsito de outros pontos da Europa, serem impedidos de embarcar em Lisboa, devido a falta da Declaração de Saúde do Viajante da Anvisa ou um teste de antígenos para o trecho Lisboa – Recife. Brasileiros têm que obter cobertura de seguro de Covid-19 no valor de até US$50 mil dólares, a um custo médio de US100, para entrar na Costa Rica, França e Argentina, o Governo do Brasil não impões a mesma restrição a visitantes estrangeiros.
Embora o formulário da ANVISA seja em português, alguns itens requerem um grau de especificidade indisponível até completar o check-in, como número de assento. Conectividade inadequada em aeroportos, complica o preenchimento e envio do formulário, atrasando o embarque do passageiro. Baixar uma versão PDF da carteira ou certificado de vacinação para o iphone é uma boa opção, que funciona bem em aeroportos, restaurantes, hotéis ou lugares com boa conectividade. Usamos a alternativa na França, Argentina e restaurantes de João Pessoa, com resultados satisfatórios.
Dependendo de onde você embarcar, é essencial que tenha em mão um certificado ou carteira de vacinação, para evitar constrangimentos ou ser forçado a pagar custos e despensas de quarentena em países estrangeiros. Grande maioria deles requer os chamados “passaportes”, certificando que o viajante completou o regime de imunização aprovado ou aceito pelas autoridades sanitárias do país receptor. É importante consultar embaixadas estrangeiras, sites de autoridades sanitárias locais, companhias aéreas e a ANVISA, como também obter a lista de laboratórios disponíveis para testes da covid-19, dias e horas de funcionamento, prazo de entrega do resultado da testagem.
Passaporte sanitários estão em uso há muito tempo, o “yellow card” da Organização Mundial da Saúde documentando imunização contra a febre amarela ou cólera, é um bom exemplo de sua aceitação universal. Brasileiros viajando para áreas onde estas doenças são endêmicas, têm que estar imunizados e apresentar o cartão de vacina da OMS. Infelizmente, a comunidade internacional não conseguiu chegar a um acordo sobre um passaporte ou passe universal de vacinação para a covid-19, devido em parte a objeção de governantes negacionistas ou de persuasão isolacionista, como os presidentes do Brasil e México ou a repugnante politização de todos os aspectos da pandemia, desde sua origem ao açambarcamento de imunizantes por países ricos.
Palmarí H. de Lucena, membro da Uniao Brasileira de Escritores