Assentamentos israelenses são inconsistentes com o direito internacional

Assentamentos israelenses são inconsistentes com o direito internacional

O Secretário de Estado Antony Blinken anunciou em Buenos Aires, no dia 23 de fevereiro, a reversão da posição da administração do ex-presidente Trump sobre os assentamentos israelenses na Cisjordânia, afirmando que eles são inconsistentes com o direito internacional. Essa decisão tem sido amplamente apoiada, pois a expansão dos assentamentos apenas enfraquece a segurança de Israel, em vez de fortalecê-la. A recente aprovação de 3.000 novas casas nos assentamentos é uma provocação e vai contra os esforços de paz na região.

A decisão, que também foi anunciada na Casa Branca, foi uma resposta imediata aos relatos de que o governo de extrema-direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, planejava expandir ainda mais os assentamentos, de acordo com um funcionário dos Estados Unidos, que discutiu a decisão sob condição de anonimato, de acordo com as regras da administração.

O ministro das Finanças israelense de extrema-direita, Bezalel Smotrich, anunciou planos na quinta-feira à noite para a aprovação de 3.000 novas casas nos assentamentos, depois que a polícia israelense informou que atiradores palestinos abriram fogo perto do assentamento existente de Maale Adumim, matando um israelense e ferindo cinco. Segundo ele, os planos de expansão fazem parte do fortalecimento de “nosso domínio eterno sobre toda a Terra de Israel”.

Ao longo dos anos, os assentamentos têm sido um obstáculo para a paz, e é positivo ver a administração Biden tomar medidas para expressar seu descontentamento com as ações de Israel. Restrições de visto e sanções financeiras foram implementadas recentemente para responsabilizar os colonos que usaram violência e minaram a segurança na região.

É importante lembrar que a política de considerar os assentamentos um obstáculo para a paz vem sendo mantida por várias administrações anteriores, apesar de alguns preferirem usar eufemismos. O reconhecimento da ilegalidade dos assentamentos pelos Estados Unidos é um passo significativo na direção certa.

A situação na Cisjordânia é preocupante, com um aumento na violência e um número alarmante de vítimas, incluindo crianças. É fundamental que a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, atue para trazer uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino.

Sob intensa pressão internacional e impacto negativo no eleitorado jovem, a administração Biden mostrou uma maior disposição para se envolver neste assunto, reconhecendo a importância de não ignorar essa questão. É essencial que sejam tomadas medidas concretas para evitar uma escalada ainda maior da violência e trabalhar em direção a uma solução de dois estados, que seja justa e respeite o direito internacional.

Palmarí H. de Lucena, membro da União Brasileira de Escritores

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