A bolsa da Primeira Dama

Primeira dama desembarcando do helicóptero presidencial, fotografada portando uma bolsa do estilista Kirk Kerkof. Marqueteiros da extrema direita e estrategistas republicanos sentiram que tinham algo para festejar: a bolsa custara mil dólares. Acusações de falta de sensatez e arrogância deram nova vida aos discursos pálidos e pouco imaginativos da campanha eleitoral. Os Obamas continuavam gastando incontrolavelmente enquanto o país atravessa uma crise econômica profunda, pessoas perdiam empregos e o dólar continuava desvalorizado. Ele gastando o dinheiro do contribuinte, ela imersa em consumismo, clamavam ostabloidese comentaristas das rádios conservadoras.

Cavaleiros da intolerância tentando descreditar a mais persuasiva defensora do compromisso do Partido Democrata com o progresso da mulher americana. O estoque da bolsa esgotou-se em 24 horas, o índice de aprovação da primeira dama cresceu para 65%. Frivolidades da campanha eleitoral ou peça importante da mensagem partidária, o modo de vestir da primeira dama é um indício importante do estilo e substância dos candidatos à Casa Branca e suas famílias.

Michelle Obama usa itens clássicos da moda americana e sabe usá-los de uma maneira elegante, original e econômica. Reinventando o estilo¨preppy¨, popular na década dos 70 entre os estudantes de escolas de ensino preparatório, hoje adotado por diversos níveis sociais e econômicos. Refletindo a realidade do momento, evitando ostentar logotipos, etiquetas ou seguir tendências, projetando uma atitude confiante sem aderir às superficialidades da moda globalizada ou estilo de vida extravagante. O estilo da Primeira Dama aproxima a Casa Branca da mulher da classe média americana, constituintes influentes da base democrática, sem expor-se a surtos demagógicos ou oportunismo político. O Conselho Nacional da Moda, os sindicatos e as empresas da indústria de confecções são seus maiores defensores e contribuintes no esforço de manter a Casa Banca em mãos democratas.

O ¨Efeito Obama¨ é uma peça importante da recuperação econômica, crescimento da indústria americana e fidelização do eleitorado feminino, fatores decisivos para a vitória de Barack Obama em Novembro de 2012.